Muito além da gestação
A maternidade é um dos maiores atos de resiliência que uma mulher pode viver. Para algumas, o caminho pode parecer mais suave, mas a verdade é que todas as mães que conheço enfrentam algum tipo de dificuldade nesse processo — seja ao tentar engravidar, durante a gestação e a amamentação, ou nos desafios da educação dos filhos. Propor-se a gerar uma nova vida é uma das iniciativas mais poderosas que uma mulher pode tomar.
Ainda não sou mãe, mas tenho o privilégio de conversar com muitas mulheres que são. Minha curiosidade sobre a maternidade sempre foi grande, e trabalhar como nanny aqui nos Estados Unidos tem me permitido me aproximar dessa realidade e entender um pouco mais sobre esse universo tão rico. Ao pesquisar o próximo tema para abordar no blog, me deparei com os debates em torno do Agosto Dourado. Se você ainda não está por dentro, estamos em um mês especialmente dedicado ao incentivo à amamentação, e achei que seria um ótimo tema para discutirmos.
Instituída pela Lei Federal nº 13.345, de 12 de abril de 2017, a campanha do Agosto Dourado tem como objetivo principal disseminar informações em prol do aleitamento materno. A cor dourada é utilizada como símbolo da campanha, representando o padrão ouro de qualidade do leite materno.
Ao decidir abordar o assunto, minha primeira ação foi conversar com mulheres próximas sobre suas experiências com a amamentação. Foi um processo enriquecedor! As vivências são tão diversas, e se tem algo que ficou claro é que a força feminina é realmente impressionante.
Desde o milagre da mulher produzir naturalmente o melhor alimento para seu filho até a superação das adversidades ao longo do período de amamentação, as mães enfrentam dores, noites mal dormidas, e mudanças hormonais gigantescas. A mulher passa a viver 100% em prol de seu filho. E depois, há o desafio de conciliar essa fase com o retorno ao mercado de trabalho. Por mais que a OMS recomende o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida da criança, a lei trabalhista brasileira prevê apenas quatro meses de licença-maternidade, o que significa que muitas mulheres retornam ao trabalho antes do recomendado.
Estudos mostram que a ausência de licença-maternidade adequada está diretamente relacionada ao abandono do aleitamento materno exclusivo. Mães que retornam ao trabalho sem licença remunerada têm uma probabilidade muito maior de interromper a amamentação exclusiva. Isso revela a necessidade urgente de políticas de apoio mais fortes para mães trabalhadoras.
O que fazer nesse contexto? Lá vai a mulher, mais uma vez, forte e resiliente, tentando acomodar suas diferentes versões em um mesmo momento. Muitas vezes, ela se vê obrigada a abandonar a amamentação exclusiva para voltar a trabalhar, especialmente em um cenário de desigualdade no mercado de trabalho. Essa sobrecarga não é só física, mas também emocional e psicológica.
Nessas horas, acredito que a mulher prova a potência que é, não para a sociedade, mas para si mesma. A maternidade se torna uma jornada de superação pessoal, onde cada mãe descobre forças que nunca imaginou ter. E por isso, repito: nós, mulheres, somos incríveis. E as mães são um dos exemplos mais evidentes disso.
Para fechar esse assunto com chave de ouro, tive duas conversas muito enriquecedoras sobre amamentação com especialistas: Loise Chamusca do @socorrodamamae e Bruna Ramos do @obebe_chegou. Confira o bate-papo no nosso podcast!
E você, mulher, conhece alguma história de resiliência relacionada à amamentação? Como foi a sua história? Compartilhe nos comentários! Adoraria conhecer mais sobre você.
Beijos e até logo!